sábado, 7 de dezembro de 2019

O VALE DA DESTRUIÇÃO




Eu andei no vale da morte
e só encontrei destruição.

A morte perdeu a piedade por nós
e nos abandonou para apodrecermos
em vida.

Eu andei sob uma noite sangrenta
que ainda guardava a chuva adiada
do verdadeiro dilúvio.

As nuvens de chuva à noite são vermelhas
Alaranjadas e não de chumbo
eu andei pela noite esperando a chuva
mas o sol sempre resplandece
e esta certeza nos desvanece a vida:
a esperança nos escraviza
como formigas sem rainha
ficaremos ao relento de um sol
carnívoro.

O fim nunca é um redentor
que nos fulmina piedosamente.

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