Franz, sequestrador de Milena & Max, torturador de Felice
Milena acorda. Sente o cheiro da madrugada. Anda até a janela. Vê as luzes da rua acesas
sob o silêncio da neblina, e ao longe na névoa as montanhas murando a cidade. A
imagem da cidade vazia e iluminada artificialmente lhe desperta uma tristeza
indefinida, acentuada com o vento frio que arrepia os pelos dourados do seu
corpo nu. Fica em dúvida se termina a noite ao lado dele ou no seu quarto ao
lado. Antes que decida ele inconscientemente toma a cama inteira. Insone, no
seu quarto, se levanta ao ver as primeiras manchas da aurora na vidraça.
Prepara o café da manhã. Põe o uniforme do colégio. Franz vem do quarto barbeado
e com a bolsa pesada de livros ao ombro querendo passar direto pela mesa de
café, mas ela o detém. Serve seu café e lhe beija o rosto perfumado de loção
pós-barba.
Não vou levá-la à escola hoje.
Tudo bem. Vou caminhando.
Tenho reunião pela manhã.
Vou caminhando. A manhã está linda. Um dia especial. Não acha?
Nem me fale. O dia pra mim será um inferno.
Ela se cala. Para de comer. Baixa os olhos, como se tivesse sido
profundamente ofendida. Franz morde uma ou duas torradas, toma um gole de vitamina
e sai da mesa apressado. Sem se despedir.
Três andares abaixo, Felice
amiga de Milena acorda no apartamento de um desconhecido. Anda pelo apartamento
praticamente sem mobília. Em cima de uma cômoda, vários celulares. Dentro da
primeira gaveta, maços de dinheiro, notas baixas e sujas; o que comprova sua
teoria de que se trata de um ladrãozinho de pequenos furtos. Na noite anterior
esperando o elevador para subir ao apartamento de Milena, ele a assediou. Mas
para incomodar do que por esperança de ser correspondido. Tanto que Felice se
divertiu com o nervosismo dele quando esta respondeu sua cantada com um
sorriso. Ela facilitou propondo laconicamente que fossem para o apartamento
dele. Mantendo a parte de cima da roupa, tirou a calça jeans. De calcinha pediu
que pusesse a camisinha. Quando ele estava próximo abriu as pernas, mandou que
olhasse para o teto, então afastou a calcinha. Ela lhe segurou o queixo para
que não tentasse olhar a penetração. Tudo foi ordenado para que somente a parte
emborrachada do corpo dele entrasse em contato com o dela. Nenhuma carícia ou
beijo foi autorizado. Nem sequer pôde vê-la nua. Apesar disso, se esforçou para
levá-la ao gozo, contendo a ejaculação. Provavelmente embasado no estereótipo de
que meninas ricas e brancas procuram figuras marginalizadas em busca de maior
satisfação sexual. Na verdade, esta demora a irritou. Ela não chegou ao orgasmo
e nunca chegaria. Pois teve que se acostumar a extrair o gozo de toques sutis e
indiretos. O desconhecido dormiu no chão. Felice pensa no irmão Max. Prevendo a
sua revolta e de como deve ter ligado para todas as suas amigas à procura dela.
Olha então os celulares com a impressão de que esquecia algo. De fato, o
aniversário da Milena!
Alô. Parabéns, amiga.
Brigada. Brigada por lembrar.
Que foi? Sua voz parece triste.
Ele não lembrou.
Sério? Vai ver tava preocupado com alguma coisa.
Sim, ele tinha uma reunião daquelas que detesta.
Então. Além do mais ainda é cedo. Talvez lembre ao longo do dia.
Talvez. Ah o seu irmão ligou ontem te procurando. Parecia preocupado.
Ligou foi?
Sim. Onde você dormiu?
Aqui no seu prédio. Três andares abaixo do seu apartamento.
Como assim?
Conheci um cara no elevador.
Louca.
Você tem um uniforme para me emprestar?
Sim, tenho.
Então estou subindo pra aí. Tomo café com você e vamos juntas pra escola.
No intervalo as amigas de Milena lhe consolam silenciosamente. Temem que
o rosto até então melancolicamente sereno rompa-se em desespero. Para agravar,
Felice contou para turma inteira sobre o aniversário. Em determinado momento a
professora interrompeu a aula para cantar parabéns. Ao fim fizeram uma fila
para cumprimentá-la. Milena era irremediavelmente tímida e temia qualquer
exposição. Em dias de seminários, ou qualquer apresentação à frente da turma, entrava
em choque. Emudecia ,
ficava trêmula. Mais de uma vez abriu mão de parte da nota para evitar esta
situação. Já na intimidade era comunicativa, porém discreta. E entre as amigas
era a conselheira confiável, atenciosa e terna. Suscitando uma empatia unânime.
O que justifica seu talento para reunir em torno de si personalidades
conflitantes, como Emily e Felice, que se odiavam ininterruptamente há cinco
anos. Mas se toleravam diplomaticamente devido à presença de Milena. Aliás, não
se entendia o motivo da menina mais afável da escola ser amiga da mais
irritante. Felice, segundo a opinião geral, dedicava-se fanaticamente à
inconveniência. A frequência com que dizia as coisas mais constrangedoras nos
momentos mais inesperados estabelecia um prazo de validade mínimo para sua
presença em qualquer lugar. O intervalo estava quase no fim. Milena não quer
retornar para sala. Reclama de enjoo e indisposição. As amigas se entreolham
sem saber o que fazer para animá-la. Felice anuncia sua ideia: irem a uma festa
de inauguração de uma nova casa de shows da cidade. Mas Milena resiste, pois
pretende não sair à noite para esperar o pai em casa. O enjoo se acentua,
corre para o banheiro.
À tarde Franz liga do trabalho para Milena
dizendo para não esperá-lo, pois talvez ficasse na rua pela noite e madrugada
afora, ou nem voltaria para casa. Só depois disso Milena se entrega aos
cuidados das amigas. Paralisada e inconsolável aceita o rol de incursões
comemorativas da noite. Assim, às 19
horas, Emily, a única maior de idade e que tem carro, passa na casa de Milena.
Com Emily já vem Julie, e Felice passou a tarde com Milena. Durante o trajeto
as amigas tentam resgatar Milena das trincheiras do silêncio. Emily faz a
brincadeira dos tipos: Julie é a silenciosa ardilosa, pois em poucos minutos
depois de chegar a uma festa e sem dizer uma palavra, já está enturmada. Felice
é a louca fim de festa, arranja sempre confusão, às vezes isso insere um quê de
adrenalina na noite, mas nos garante a expulsão das melhores festas. Milena é a
mãezona, cuida de todo mundo, sem pegar no pé e sem ser chata, se diverte, mas
dentro dos limites. E a Emily, interrompe Felice, é a gordinha beberrona, fica
lá no canto com uma cara emburrada, bebendo todas, e quando menos se espera
está agarrada com um tipo exótico. Todas dão uma risada. Até Milena concede um
leve sorriso. Mas Emily não.
Chegam à rua indicada por Felice. A rua é repleta
de restaurantes com cadeiras na calçada. Há também uma boate na esquina. Mas a
única construção que poderia ser a Casa de Shows é um balcão estilizado e
recém-reformado. Porém, está todo apagado e aparentemente vazio. Tem certeza
que é este o endereço? Talvez tenham chegado muito cedo, cogitam. De qualquer
forma a porta está aberta. Entram por um corredor escuro e chegam ao que parece
ser um salão. As luzes se acendem. Um coro de rostos familiares encabeçado por
Franz canta os parabéns. Milena explode em choro. Desencadeado
não só pela emoção da surpresa, mas também como desafogo da tensão que a
oprimia. Consolada e abraçada pelo pai, Milena olha em volta. Reconhece
suas professoras mais queridas. Entre os colegas, vê apenas os mais próximos.
Tem um pessoal mais velho, que supõe serem colegas de Franz. Mas dos que
trabalham na universidade junto com ele só reconhece Max, o irmão de Felice. O
salão está dividido em dois setores. O primeiro tem uma decoração mais teen e
um clima de boate. O segundo lembra antigos saraus de belle époque. No centro um palco separando os dois
ambientes. Desnecessário dizer que quase todos com menos de vinte cincos anos
estavam embarricados no primeiro espaço. Mas Milena continua no segundo,
agarrada ao pai. Julie e Felice atravessam o palco, viemos resgatá-la diz
Felice. Da zona depressiva da festa, completa Julie. Olhando os senhores de
copo na mão. Reunidos em pequenos grupinhos, conversando sobre política,
economia ou trivialidades livrescas, pensa.
Max e sua namorada Dora chegam para
cumprimentar Milena e Franz. Olha para Felice. Depois da festa precisamos ter
uma conversa séria, diz. Felice vira as
costas para o irmão. Dora sacode a cabeça, transtornada. Max e Dora pedem
licença e se afastam.
Por que você implica tanto com ela, pergunta
Milena.
Tenho meus motivos.
Emily se junta a elas. Milena aproveita para
esclarecer algo: Pai como que você conseguiu reunir este pessoal todo e
organizar tudo isso? Eu confesso que tive ajuda, responde indicando as três.
Suas traidoras. Por que não me contaram?
Se contássemos não seria surpresa, responde
Felice.
De repente um frisson entre os adolescentes. Uma
garota pálida, vestida e maquiada goticamente, o mesmo modo que Julie, sobe ao
palco. Ao lado dela três músicos, com figurinos e maquiagem que lhes dão a
aparência de zumbis ou cadáveres.
Não acredito é a Nara Tamásia.
Sim, e K1, Gregório, e K2... Kastelo!!!
A Kastelo,
banda de pós-rock-índie-alternativo-tecno da cidade, em progressiva ascensão
nacional, era metódica. Em suas apresentações nunca se dirigia à plateia.
Nenhuma palavra era dita além e aquém das músicas. Milena, Emily, Felice e
principalmente Julie eram fãs histéricas da banda. No momento dançam as
coreografias. Felice já havia subido várias vezes ao palco e abraçado cada um
deles. Eles se mantiveram impassíveis, mesmo depois dela ter mordido levemente
a orelha de um. Franz faz um sinal para Nara, que para de cantar abruptamente.
Fica olhando Franz. A plateia inteira se volta para ele, aborrecida por ele ter
interrompido. Sem jeito e se sentindo um estraga prazer, explica acanhadamente
que tava na hora de cortar o bolo. Vai demorar só um minuto, justifica. Milena
apressadamente corta o primeiro pedaço e dedica obviamente a Franz. Antes de
Milena decidir para quem daria o segundo pedaço Felice o toma da mão dela, lhe
abraça e pede para que tirem uma foto. A luz branca as envolve e plasmam suas
imagens no tempo: Felice com sua franjinha loira, o rosto bastante triangular e
olhos azuis convictos. Milena com olhos negros profundos, a pele dourada, os
cabelos longos, pretos e ondulados. À frente um bolo branco com um dezessete em
cima, em forma de vela.
Por volta de duas da madrugada Franz e Milena
entram em casa. Exaustos. Milena segura os sapatos nas mãos, tenta aliviar a
dor nos pés afagando-os alternadamente contra a maciez do tapete e a dureza do
piso frio. Franz não liga o interruptor, pois uma luz plena ofenderia os olhos
cansados. Em vez disso liga o televisor que ilumina a sala com uma luz azul
amena. Conservando uma penumbra agradável. Franz diz para filha ir tomar um banho
quente, para relaxar o corpo. Ele ficaria ali mais um pouco assistindo TV,
estava sem sono. Começa a pular os canais, se detém em um filme preto e branco,
suspeita que seja um clássico, porém, está exausto demais para apreciar um
clássico. E muda para um daqueles programas de entrevista da madrugada. A
verdade é que não presta atenção nas imagens, pois se concentra nos sons
emitidos pelo movimento da filha: o barulho do chuveiro, a porta do armário
batendo, depois um prolongado silêncio. Escuta o som quase inaudível de pés
descalços avançando. Ela surge ao seu lado, de toalha e cabelos molhados.
Encosta a cabeça contra o seu peito e lhe abraça o tronco. Os cabelos dela lhe
encharcam a camisa, o peito. Não está passando nenhum filme? Tira deste programa
besta. Sua preferência por filmes inevitavelmente lembra Franz das primeiras
semanas de Milena após sua chegada. Do jeito acanhado dela, do esforço para não
tirar nada do lugar. Almejando a invisibilidade. Pedia autorização e licença
para tudo, até para abrir a geladeira. A única concessão era de madrugada.
Quando, depois das onze, levantava silenciosamente e ligava a TV no volume
mínimo. Quase colando o rosto na tela,
permanecia imóvel durante toda a madrugada.
Assistindo um filme atrás do outro.
Nas primeiras vezes que a flagrou nestas
sessões noturnas, procurou observá-la em silêncio do corredor. Passou acordar
com certa regularidade de madrugada para contemplá-la imperturbável na frente
do televisor. Percebeu então que este segredo compartilhado tacitamente poderia
ser o caminho para uma aproximação. Por isso, certa vez saiu do corredor e
perguntou com naturalidade que filme que estava passando. Ela se assustou,
pediu desculpa achando que o barulho da TV o havia acordado. Explicou que já
algum tempo a acompanhava. Tímida.
Contou que no orfanato a TV era desligada assim que a novela terminava.
E todos dormiam muito cedo, mesmo sem sono. A partir de então passaram a
assistir juntos todos os filmes da madrugada.
Milena dorme. Na TV o filme encontra-se no
fim. Nos braços a leva para o quarto. Despe-lhe da toalha molhada, enxuga os
cabelos de Milena, que em semissono, entrega-se dengosa aos cuidados paternais.
Ele a deita na cama cobrindo-a com edredom. Beija-lhe a testa e diz boa noite.
Fecha a janela do quarto e fica olhando ela dormir por alguns minutos. É tarde.
Encosta a porta com cuidado. Ainda sem sono vai para a biblioteca. Liga o
computador. Mantém um arquivo no qual a cada aniversário de Milena escreve um
pequeno texto sobre ela. Apesar de ser escrito de ano em ano, o conjunto de
textos reunidos no arquivo recebe o título de Diário de um sequestro. Franz sente-se cansado demais para escrever
um novo texto. A organização da festa, a tensão para que tudo desse certo;
esgotaram sua criatividade e concentração. Assim em vez de escrever, apenas ler
salteadamente alguns trechos na tela:
... não me sentia mais à vontade de continuar
escrevendo sobre Irmã Cindinha sem antes visitá-la, e ver pessoalmente seu
trabalho, junto aos órfãos, no interior da Amazônia. Essa personagem polêmica
tinha a habilidade de ser mal vista tanto pelo ativismo ambiental e movimentos
agrários “revolucionários”, quanto pelos grandes latifundiários e Cia ao mesmo
tempo...
... quando eu liguei dizendo que na manhã
seguinte chegaria à Marabá, ela fez questão, nas palavras dela: “que o grande
sociólogo Franz Löwy” ficasse hospedada em sua chácara. Aceitei o convite. Isso
me aproximaria dos órfãos, facilitando as entrevistas que teria que fazer;
fonte do meu corpus de análise e pesquisa. Ao chegar, senti imediatamente meu
corpo se desmanchar em um suor morno, transpirava tanto que temia perder a
solidez. Gosmento e inteiramente molhado, fiquei constrangido de cumprimentar
mais calorosamente Irmã Cidinha, e principalmente sua acompanhante: Milena.
...hoje Milena fez quinze anos, Irmã Cidinha
como é típico de sua excentricidade nos ligou às cinco da manhã. Conversava
comigo loquazmente, enumerando as novidades, fazendo longas narrativas sobre os
últimos conflitos. Mas sua preocupação era com os órfãos. “Milena assumiu o
papel de mãe deles, precisava ver o zelo como tratava cada um, apesar de ser
tão nova, havia nela um atrofiado instinto materno”. Por isso seu olhar não era
o de uma órfã de 13 anos desamparada.
Mas um olhar melancólico e firme. “Franz, você deixou os órfãos ainda
mais órfãos”. Disse rindo, mas a risada não atenuou minha culpa. E à noite
penso que os órfãos antes de dormir fazem, após a reza em voz alta e pública,
uma reza secreta na qual pedem para que Deus castigue primeiro os assassinos de
seus pais, em segundo, o sequestrador
de Milena, responsável pela segunda orfandade de suas vidas.
Os olhos arderam. Era o sono que chegava irrefutavelmente. Desligou o
computador. E foi dormir.
Felice abre a porta com cuidado, pisa leve o chão. É inútil. No escuro o irmão à espera. E antes de
atravessar a sala a voz dura e admoestatória a intercepta. A luz é acesa.
Felice implora para que a conversa seja adiada, cansada, quer subir ao quarto.
Só quando me explicar onde dormiu na noite de ontem.
Como se você se importasse.
Eu sempre cuidei de você. Praticamente te criei.
Até aparecer essa vadia substituta.
Felice acentua a provocação: Enquanto a vadia continuar dormindo nesta
casa, dormiria cada dia na casa de um cara diferente. Felice conhece o ponto
fraco de Max: a hipotética pureza dela. E continua: o primeiro que aparecer,
seja quem for. Você precisava ver o tipo que me comeu ontem. Um negrinho feio, ladrãozinho da pior
espécie. Mas não se preocupe, prometo elevar o nível da próxima vez. Pensei em
seus amigos doutores. Andei reparando no Franz, um coroa charmoso. Acho que vou
dormir mais vezes na casa da Milena. Max, enojado, vermelho de fúria, avança
contra ela, segura seus cabelos, com a outra mão abre o cinto, e a joga no
chão. E começa a golpear o corpo de Felice. Mas ela não reage, o couro do cinto
estrala contra a pele branca levantando vergões. Permanece muda, sem gemidos. Max só iria
parar de bater quando ela cedesse. Concentra os golpes nas coxas e nas nádegas.
A batida cadenciada sobre as nádegas causava um suave tremor, ondas tensas
entre as pernas. Felice soltava gemidos
baixinhos. O rosto não era de dor, olhos fechados e mordendo os lábios,
degustava o impacto do couro contra sua pele. A calcinha úmida. O orgasmo se aproxima quando Dora entra na
sala. Felice se recolhe a um canto, envergonhada, puxando o vestido para cima
das coxas. Dora levanta uma questão incômoda: Não vê que ela está gostando. Não
percebe que essa putinha é uma masoquista incestuosa? Max rejeita agressivamente
a hipótese, pois considerá-la o levaria a admitir sua parcela de culpa: Felice
era uma menina medrosa, solitária e insegura, o irmão deixava que dormisse com
ele, isso a acalmava e acabou virando hábito. Dora tomou o cinto de Max, e a
fim de provar sua tese bateu fortemente o rosto de Felice, que gritou. Levanta
do chão e com lágrimas sai para a rua. Era madrugada. Max foi atrás dela, mas
não viu vestígio de Felice na rua vazia.
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